“Ressetar”
RESSETAR
no Museu da Diversidade Sexual
Rua do Arouche, 24
Estação República do Metrô
(Piso Mezanino)
Abertura:
08.02.2020
das 10h às 20h
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Gabriel Pessoto e Irene Guerriero, artistas frequentadores do Acompanhamento de Projetos participarão da exposição coletiva RESSETAR realizada no Museu da Diversidade Sexual, na estação República do Metrô.
Com curadoria de Duilio Ferronato, a mostra conta com obras de 12 artistas sobre a retomada da vida após situações de trauma e desmoronamentos.
RESSETAR
"A cada cem anos o mundo se resseta. Se muito. Já parou pra pensar que em 2120 você não vai estar mais aqui? Nem você nem mais nenhuma dessas pessoas esbarrando em você no metrô e fazendo você desejar que elas morram. Não precisa, elas vão morrer de qualquer jeito.
O presidente vai morrer. O pedinte deitado no guichê de venda de bilhete vai morrer. O jovem cidadão que agora tem de comparecer à SSA vai morrer.
Mas a estação República do metrô não vai morrer. Nem a terra sobre a estação República do metrô. Nem os prédios sobre a terra sobre a estação República do metrô. O que morre é humano. É o ciclo da vida. Nascer, crescer, ganhar muito pouco, perder muito e morrer.
O humano morre. Mas o que é humano fica vivo. O artista morre, a arte fica. A Vanessão, que está aqui dentro num quadro do Gabriel Almeida, dizem que morreu. Mas ninguém sabe. Os fintchy reais não morreram. Isso eu sei. Porque, mesmo ressetado, o mundo guarda aquilo que marca. E o que marca não pode ser domado nem assinado num decreto. O que marca morre sem morrer.
Morre para nascer sempre. Você pode nos matar, mas nós vamos nascer ali na frente. Nascer mais. Nascer mais fortes --e menos fracos, que são coisas completamente diferentes. Ressetar é o antídoto para a sua punção da morte. Porque a morte é incompetente contra uma coisa que se resseta. É o que vem depois da tela preta.
Então quem tem medo da gente pode desejar nossa morte. Medo por quê? Medo da maravilha que é ressetar a si mesmo. Ser uma coisa que você não deve ser, segundo gente que quer controlar o que não pode ser controlado. Porque ressetamos nossos corpos. Ressetamos da boca a função. Ressetamos o rabo. Ressetamos o rosa e ressetamos o azul. Você pode passar pra frente seu medo e seu ódio, mas ele vai ser ressatado e usado contra o que um dia foi você.
Vamos nascer nos seus filhos. E, se não for nos seus filhos, vamos nascer nos filhos dos seus filhos. O renascimento é a insistência de um Deus que não existe. A insistência em nós, os éles, os gê, os bê, os tê, os quê, os xis, os mais e os zê. E quem mais surgir. E em vocês também, mas um pouquinho mais em nós, porque a gente só existe por insistência. Então pode fazer arminha com a mão. Que com a mão a gente faz arte.
Daqui a cem anos, o mundo vai estar ressetado. Eu não vou estar aqui pra ver. Nem você."
Chico Felitti
Artistas:
André Felipe Cardoso
Andrey Rossi
Gabriel Almeida
Gabriel Pessoto
Gabriel Torggler
Élle de Bernardini
Irene Gerriero
Julio Dojcsar
Ramo Negro
Roberta Fortunato
Silvana Marcondes
Yan Copelli
Concepção:
Museu da Diversidade Sexual
Gestão e Produção:
AmigXs da Arte
Apoio:
Metrô
Realização:
Secretaria de Logística e Transportes
e Secretaria de Cultura e de Economia Criativa do Estado de São Paulo
Maiores informações:
https://www.facebook.com/events/449947339249534/
e
mds.org.br