Sedimentos – Tchelo

nov 2013

QUALCASA
São Paulo . SP

Definida usualmente como uma sequência de pontos tão próximos que se torna impossível distingui-los, a linha se destaca pela frequência com que emerge como elemento constituinte fundamental na produção de Tchelo. Sejam sutis, densas, retas, curvas, horizontais, verticais, diagonais ou mesmo imaginárias, as linhas são, pelas mãos do artista, interconectadas de modo a formar todos organizados, sistemas, que abrem possibilidades de sensações e interpretações das mais diversas no espectador. A linha pode estar em repouso ou em movimento, ser estável ou instável. Ela é um fenômeno que comporta em si duas valorizações contrárias: a separação e a união. É um rio que isola as margens e uma ponte que as liga. Seja por meio de fitas coladas sobre carros abandonados pelas ruas de São Paulo, de rastros de cabos de vassoura queimados e friccionados em cantos de salas, de elásticos coloridos envolvendo telas brancas, de pinceladas tensas e contínuas sobre folhas de papel ou de varas de madeira tensionadas entre paredes, as linhas se presentificam através de diferentes materialidades e se convertem em protagonistas na poética de Tchelo.

Rafael Santana