Parábola – Fabiola Chiminazzo

out 2014

QUALCASA
São Paulo . SP

Nesta exposição nos deparamos com duas maquinas de escrever com metros de fitas datilográficas que as conectam. Ali registradas encontramos vestígios de frases e palavras, erros de digitação,  que o tempo não logrou apagar. Em outra sala, reproduções executadas com mimeógrafo onde são tomadas como matriz, obras de arte que retratam parábolas bíblicas. O tema central das parábolas escolhidas são a cegueira, as escolhas e o próprio ato de ver. Nestas imagens notam-se textos datilografados, como também gráficos e diagramas de livros sobre a fisiologia e patologia da visão.

Por intermédio da memoria embutida nas imagens, os desenhos repassados pela artista tornam-se uma espécie de reescrita destas historias, um renascimento de uma ideia a ser decifrada. Diversos estímulos brincam com nossa percepção, quando por traz das manchas escuras e roxas do mimeógrafo, algo está oculto, alguma palavra, pensamento ou dado cientifico. Fazemos força para enxergar e decifrar estes códigos através da tinta, no entanto permanece uma inquietação para olhar além do que realmente vemos.

Com referencias históricas, cientificas e religiosas Fabiola Chiminazzo amplifica o olhar, instigando uma nova forma de vislumbrar o que nos é transmitido e perceber o que esta sendo revelado.

Nos restam questionamentos sobre o que esta guardado na historia contada nesta exposição e o que resguardamos sobre a nossa própria historia. O que realmente enxergamos?

Alexandra Ungern-Sternberg